Já se perguntou o que é necessário para se tornar barista e, mais ainda, como transformar essa paixão em um empreendimento? Hoje, vamos conhecer a história do casal Rodrigo Sumikawa e Michelle Salvador Sumikawa.
A jornada deles no mundo do café começou com um simples interesse, que rapidamente se transformou em uma experiência de aprendizado profundo e, eventualmente, em uma oportunidade de negócio.
Neste artigo, Rodrigo compartilha a trajetória, desde o Curso de Barista até a decisão de trabalhar com torra, e como ele deseja compartilhar essa experiência sensorial única com outras pessoas.
O Início do Interesse: Como Surgiu a Ideia de Fazer o Curso de Barista?
Tudo começou depois de uma viagem ao Brasil. Quando eu e Michelle voltamos de férias, sentíamos a necessidade de buscar algo novo, algo que fosse além da rotina. Michelle, que já gostava de café, teve a ideia de se tornar Barista.
Aquilo me inspirou, mas eu ainda estava me acostumando com o café. Até então, só conseguia beber café com açúcar, mas descobri que, sem açúcar, ele revelava sabores que antes eu não percebia. Foi então que decidi: se Michelle faria o curso, eu também iria!
Descobrindo o Mundo do Café: O Primeiro Dia do Curso
O primeiro dia do curso foi uma verdadeira surpresa. Não imaginava que o café pudesse ter tantos métodos de preparo! Cada detalhe – desde a moagem até a temperatura da água – influenciava o sabor final.
Ao conhecer os métodos de preparo, percebi que o café era muito mais complexo do que eu pensava. Era fascinante ver como a escolha de um método podia alterar completamente o sabor da bebida.
O curso ocorreu em plena pandemia, e nossa turma era pequena, o que acabou sendo ótimo. Isso criou um ambiente mais íntimo e agradável, onde todos puderam se conhecer bem.
Tive a oportunidade de aprender com a Rose, que nos deu um ótimo conselho: visitar a feira da SCAJ – a maior feira de Cafés Especiais da Ásia – o que expandiu completamente minha visão sobre o café. Foi nesse evento que percebi que o café poderia se tornar mais do que um simples hobby.
Com o tempo, desenvolvi um gosto especial por café coado na V60. Já Michelle prefere o coado no Melitta. Descobrir esses métodos foi um divisor de águas, pois cada um tinha sua maneira de destacar os sabores dos grãos. Passei a apreciar o café de uma forma muito mais profunda, e isso se tornou uma parte importante do meu dia a dia.
O Fascínio pelo Processo de Torra: Como Surgiu a Ideia?
Durante a feira da SCAJ em 2023, enquanto passeávamos pelos estandes, ouvimos um expositor brasileiro comentando que não conhecia nenhum brasileiro que torrava café no Japão.
Naquele momento, tive um insight. Por que não tentar? A ideia ficou na minha cabeça, e ao voltarmos para casa, eu e Michelle conversamos sobre as possibilidades. Ela achou a ideia interessante, e vimos que era algo viável para nós.
A partir daí, nos aprofundamos na pesquisa sobre licenças, maquinário e cursos. Aos poucos, percebemos que era um caminho possível – tanto em termos práticos quanto financeiros. Decidimos que era hora de levar a ideia adiante e transformar o sonho em realidade.
A Jornada da Torra: Explorando Novos Sabores e Criando um Produto Único
Comecei a experimentar diferentes níveis de torra para entender como cada processo influenciava os sabores. Num dia, fiz uma encomenda com uma torrefação japonesa que prometia um café com notas de vinho, mas o resultado não saiu como esperado.
O café foi torrado demais, e as sutis notas de vinho desapareceram. Foi aí que decidi que, se quisesse um café de qualidade, teria que torrar o meu próprio.
Eu prefiro torras claras, porque adoro experimentar sabores mais complexos e descobrir novas nuances sensoriais. Já Michelle gosta de torras médias a média-escura, que trazem notas mais achocolatadas. Com essas variações, conseguimos oferecer opções para agradar a diferentes paladares.
Quando começamos a vender, percebi que o público ainda estava se acostumando ao conceito de cafés especiais. Por isso, nossa missão tem sido educar os clientes sobre os grãos de alta qualidade e o processo de torra. Nada é mais gratificante do que ouvir clientes dizerem que, depois de provarem nosso café, não conseguem mais beber qualquer outro.
Expandindo Horizontes: Vendas Online e Participação em Eventos
Hoje, vendemos nossos cafés online para todo o Japão e fazemos entregas locais. Além disso, começamos a participar de eventos e feiras, o que tem sido uma ótima forma de promover nosso café e educar o público.
Cada evento é uma oportunidade de compartilhar nossa paixão e ensinar mais sobre o processo de torra. Com cada conquista, vejo que nosso projeto tem um potencial enorme para crescer. Acredito que o céu é o limite e sonho com muitas possibilidades. Para nós, este é um projeto de vida, que nos motiva a buscar sempre mais.
Nossa missão é proporcionar uma experiência sensorial única para nossos clientes, apresentando o universo dos cafés especiais. Nada nos deixa mais felizes do que quando alguém volta e nos diz que não consegue mais tomar qualquer outro café. Estamos sempre disponíveis para compartilhar nosso conhecimento e ajudar quem busca qualidade.
A Conclusão de uma Jornada em Evolução
Minha jornada no café, desde o primeiro curso de barista até a decisão de investir na torra, tem sido uma experiência transformadora. A cada passo, percebo o quanto o café é mais que uma bebida – é uma arte que conecta pessoas e proporciona momentos únicos.
O amor por essa arte e a dedicação à qualidade são o que movem nosso trabalho. E, enquanto compartilhamos essa paixão, estamos constantemente evoluindo e expandindo nossos horizontes.
O café nos mostrou que, com determinação e amor pelo que se faz, é possível transformar uma paixão em um empreendimento que leva alegria e sabor para muitas pessoas. E estamos aqui para dividir essa jornada, sempre em busca de novas experiências e sabores.