No último mundial de Baristas que aconteceu em Amsterdã, eu e o meu aluno Rafael, deixamos de assistir a um dos jogos do Brasil na Copa da Rússia para conhecer A Casa de Anne Frank um dos museus mais visitados da cidade. Até hoje agradeço pela minha escolha, afinal eu não poderia deixar passar essa oportunidade.
Com o Rafa ligado o tempo todo no Google Maps e eu só curtindo a gelada e charmosa Amsterdã, tirando muuuitas fotos, sem me preocupar se estávamos indo ou não na direção certa, afinal o santo Google quase nunca erra, não é?
Chegamos até a lateral do museu, o que vimos foi uma parede na cor preta, com um cartaz impresso ¨Anne Frank Huis¨ e uma fila imensa de turistas para tirar fotos.
Depois de uma longa espera, bora colocar os óculos escuros, sorrir para a câmera e torcer para ficar bem na foto, porque a fila não parava de crescer no paredão mega concorrido e alguns turistas ficavam olhando com uma certa impaciência.
No final deu tudo certo e irei contar um pouco da história da Anne e do seu diário, que virou livro e filme.
A Casa de Anne Frank
É um museu localizado no canal Prinsengracht, nº 263, em Amsterdã, capital da Holanda. Foi o local onde ela, sua família e mais quatro pessoas (num total de 8) ficaram escondidas durante a tomada do território holandês pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Esconderijo
Alemã de Frankfurt am Main, Alemanha, nascida em 12 de junho de 1929, Annelies Marie Frank era de origem judaica. Tinha uma irmã 3 anos mais velha, chamada Margot, e era filha de Otto e Edith. Foi embora com a família para a Holanda, por conta das altas taxas de desemprego e pela expansão das ideias de Adolf Hitler, que disseminava o ódio pelos judeus no território alemão.
Já na capital holandesa, Otto entrou no ramo de comercialização de pectina, substância usada para a fabricação de geléias. Em maio de 1940, os nazistas invadiram o país, impondo regras para dificultar ainda mais a vida dos judeus. O pai de Anne perdeu o direito de administrar sua empresa e a menina teve que ir para uma escola judaica.
Diante das ameaças, em julho de 1942, a família Frank resolveu viver em um esconderijo para maior proteção. Meses mais tarde, na primavera, começaram a fornecer esconderijo para mais quatro pessoas, com quem em seguida se juntaram.
O Anexo Secreto como era chamado, ficava atrás de uma estante, no estabelecimento de Otto e abrigou as 8 pessoas por dois anos. Era onde Anne guardava o seu diário.
Em 4 de agosto de 1944, Anne, seus pais, sua irmã e as outras 4 pessoas foram descobertas e presas pela polícia. Mas antes que o Anexo Secreto fosse saqueado pelos nazistas, 2 pessoas que ajudavam a família Frank guardaram parte de seus escritos.
Os 8 escondidos foram enviados para o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, na Alemanha.
Uma viagem exaustiva, em um trem lotado e com pouca comida. Na chegada, após o exame médico, Anne, Edith e Margot foram encaminhadas para o campo de trabalho feminino. Já Otto foi para o acampamento para homens.
Em 1944, Anne e Margot foram separadas de Edith, indo para o campo de concentração Bergen-Belsen. Pegaram tifo e morreram em fevereiro de 1945, meses antes do final da guerra.
Otto foi libertado pelos russos. Quando voltou para a Holanda, descobriu que suas filhas e sua esposa não conseguiram sobreviver aos horrores que viveram.
Único sobrevivente dos 8, Otto retomou seus negócios e descobriu que a casa onde viveu com sua família estava para ser demolida. Com a ajuda de amigos e um grupo de pessoas ligadas à arte, conseguiu salvar o prédio.
Em 1957, criou a Casa Anne Frank, abrindo o local para visitação. Recebe milhões de visitantes de todo o mundo e, ao mesmo tempo, perpetua os ideais da sua filha.
O Diário de Anne Frank: Um Legado
No período em que esteve escondida, Anne Frank escreveu em um diário os acontecimentos, sentimentos e medos que vivenciava no Anexo Secreto.
De 12 de junho de 1942 (quando fez 13 anos de idade) a 1º de agosto de 1944 (dias antes de ser capturada pela polícia), registrou uma história que foi parar nas telas de cinema e vendeu milhões de livros em todo o mundo.
O filme O Diário de Anne Frank, produzido em 1959, foi vencedor de 3 Oscars, emocionando quem assistiu ao longa com a sua saga. Quantos aos livros, os números são impressionantes:
– Vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo;
– No Brasil, 16 milhões de cópias foram vendidas;
– Publicação da obra em cerca de 40 países;
– Tradução do livro em 70 idiomas.
Outras Marcas de Anne
Anne Frank foi nome de um asteróide, em 1995: 5535 Annefrank, descoberto em 1942. Em 1999, foi considerada pela revista Time como um dos heróis e ícones do século XX, na luta contra o nazismo e pela dignidade do ser humano.
Também tem uma estátua em sua homenagem, situada no Museu de Cera Madame Tussauds, feita em 2012.
Uma vida curta, mas um legado gigante para a história da Humanidade.
Tickets e Horários:
O acesso à Casa de Anne Frank é permitido somente para quem tiver comprado o ingresso com antecedência pela internet (é obrigatório indicar um horário de acesso durante o processo de compra.
Todos os dias: das 9:00 às 22:00 horas.
De 1º de novembro a 31 de março:
Todos os dias: das 9:00 às 19:00 horas.
Preço: Adultos: 10€.
Crianças de 10 a 17 anos: 5€.
Crianças menores de 9 anos: grátis (paga-se apenas 0,50€ de taxa de compra pela internet)
Site Oficial:https://www.annefrank.org/en/museum/tickets/choose-your-ticket/
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