Primeira Viagem à Índia: Aventuras e Lições

Hoje vou contar sobre a minha primeira viagem a Índia. Foi uma grande aventura, mas valeu a pena, porque atingi os meus objetivos e aprendi grandes lições que servirão para toda a minha vida.

A viagem mostrou que dentro de toda a sua efervescência (a Índia é o segundo país mais populoso do mundo, perdendo apenas para a China), é possível encontrar a Paz.

Pelo Caminho das Índias

Eu já trabalhava há algum tempo com suporte para cursos de massagens na Tailândia. Por conta do sucesso que a novela Caminho das Índias fazia na época, muitas pessoas ligavam sem parar, pedindo também pacotes de cursos de massagens na Índia.

A novela costuma mostrar tudo muito perfeito, mas a realidade é bem diferente dos cenários de um folhetim.

Eu não conhecia nada e nem ninguém por lá, mas não poderia deixar passar a oportunidade. Resolvi ir sozinha para procurar uma boa escola de massagem e fazer o mapeamento da cidade.

E lá fui eu pela Air India (única companhia aérea que oferecia vôo direto Tokyo – Delhi) para a minha aventura com um mega hair louro de 70 cm! Até hoje não entendo porque gastei tanto dinheiro com isso, mas enfim….

Na época, os aviões não eram muito novos: os forros das poltronas estavam bem gastos e bateu um medinho de não chegar ao destino final.

A refeição servida foi o curry, prato típico da Índia, uma mistura de especiarias como açafrão moído, cominho, coentro, gengibre e pimenta. Costuma ser preparado em molhos. Era o que tinha no vôo, sem opções, a nao ser: come ou não come: sem plano B.

Após a refeição, os comissários vieram com dois sprays com cheiro de limão, esguichando para o alto, passando em todos os passageiros para tirar o cheiro da comida. Não deu nem tempo de colocar o cobertor na cabeça. E ali, o mega hair já frizzou. 

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O Desembarque em Delhi

A confusão começa no aeroporto. Uma mulher sozinha com aquela cabeleira loura, vira um alvo e a quantidade de pessoas correndo na sua direção para oferecer os servicos de transporte é assustadora!

Todos gesticulando e falando alto ao mesmo tempo! Sobrevivi ao aeroporto mas entendi que conseguir um taxi é uma aventura na caótica Delhi – capital da Índia e com uma população de aproximadamente 27 milhões de habitantes.

Pensa em um trânsito onde tudo se mistura: carros, ônibus, tuk tuks (rick shaws); motos (e todos buzinando ao mesmo tempo); ciclistas, vacas, alguns camelos e uma multidão a pé.

E o calor….muito calor, chega a ser insuportável! E o mega hair cada vez mais duro de tanto suor e poeira….E eu me perguntava: Cadê aquele cenário da novela?

O táxi que eu peguei me garantiu que tinha ar condicionado, isso é uma pergunta que você terá que ter a resposta antes de entrar no carro. O meu não tinha: janelas abertas, trânsito parado, dava até para bater um papinho com as mulheres que normalmente andam na garupa das motos dos maridos (detalhe: sentadas de ladinho). 

Encontrei algumas escolas de massagem em Delhi, mas não como eu gostaria. Dois dias inteiros procurando, derretendo naquele calor e nada! Não dava para acreditar nas escolas que eu vi lá. 

Eu já estava até desistindo dos cursos, quando uma alma boa me falou que em Kerala eu encontraria o que eu estava procurando, porque lá era o centro da Ayurveda na Índia. Pedi para que me ensinasse o caminho, para ir de táxi imediatamente.

Mas fui surpreendida quando me disse que Kerala ficava a 450 km de distância de Delhi. Fui olhar no mapa e levei um susto: quase nas Maldivas!

Nesse momento, eu já tinha ido ao Taj Mahal e já havia tido uma intoxicação alimentar. Mas não iria perder a chance de conhecer esse lugar tão fantástico…

Enfim…Kerala!

Kerala é um dos 28 estados indianos e tem 14 distritos. Localizado no sudoeste da Índia, possui uma área de 38.863 km² e população de 33 milhões de habitantes, às margens do Mar Arábico.

Possui o mais alto nível de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os estados indianos, segundo números da ONU em 2011. Sua capital é a cidade de Thiruvananthapuram.

Após uma viagem de quase 4 horas, enfim, cheguei em Kerala, mais precisamente na cidade de Trivandrum. É um lugar mais sossegado, mais fresco. Tem praias, coqueiros, hotéis lindíssimos. 

Ali me senti feliz e um pouco mais tranquila de levar as pessoas. No total, foram 05 grupos pequenos. Não havia condições de fazer mais de 01 grupo por ano, por questões de custos, distância, e porque a procura era maior para cursos na Tailândia.

Ressaltando que os pacotes para a Índia estão suspensos e que apenas estou contando a minha experiência.

Falando também um pouco da Ayurveda, surgiu na Índia há 7 mil anos, um dos mais antigos sistemas de medicina. Reconhecida pelo governo indiano, serviu de base para o desenvolvimento de medicinas de várias culturas, como a chinesa, árabe, romana e grega.

Preceitua um tratamento completo do indivíduo, de forma natural, objetivando a correção de pequenos desequilíbrios em estágios iniciais no organismo, prevenindo que a doença se desenvolva em maior escala.

Apesar de tudo o que eu passei, aprendi muito. A Índia mudou a minha forma de enxergar o mundo. Sou grata pela oportunidade de ter conhecido este lugar, onde se vê muita pobreza, mas existem pessoas generosas e que sabem ser felizes com o pouco que têm.

As vezes sinto saudades daquele caos em Delhi e da visão dos saris coloridos na multidão. Os vôos da Air Índia, Tokyo – Delhi, estão melhores e agora com 2 opções no menu.